Consigo cheirar o teu perfume

Nos meus cabelos abraçados

Tantas e tantas vezes

Pelo teu feroz regaço

Que até a maior dor da alma

Se esvaía nesse abraço

As lágrimas, secaste-as em ti

Com a tua terna calma

Mãe, quero-te aqui,

A olhar pelos meus olhos

Conhecendo a minha alma

A ver o que nunca eu vi

Porque sem ti, olha…

Não consegui!

Obrigada, Mãe, obrigada,

Por me dizeres que sou tua

Por me fazeres sentir amada

Com uma palavra crua

Que de crua não tem nada

Por seres uma linda mulher

Por teres sempre tanta certeza

Que devemos carregar o Mundo

Com a força da leveza

Vendo sempre que bem lá no fundo

Tudo tem graça e beleza.

Já vejo o cinzento da estrada

Talhada para ti pelos céus

Não sei se esta brisa calada

Trará a minha mãe amada

De volta para os braços dos seus

Só sei que o teu longo caminho

Coloco nas mãos de Deus

Porque queria que tempo nenhum

Fosse tempo de dizer Adeus!...


Liliana O'Neill 04.05.2010

(Vi agora que não postava realmente nada desde Dezembro. Tenho montes de rascunhos que à última hora não consigo publicar. Porque são demasiado idiotas, porque são demasiado complicados, porque não me apeteceu partilhar nada. Mas este, tinha de colocar. Porque se não me libertar de tanta saudade, rebento.)

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