Bonito, bonito?
São bolachinhas de chocolate para o lanche. Sempre ajuda a acalmar os ânimos.
Mais bonito ainda é o meu esforço para conseguir que o nosso estagiário se sinta em casa. Acho que tenho mesmo jeito para isto. Um dom, mesmo.
O Pablo, chamemos-lhe assim, vem do País Basco. Já cá está há 1 mês e meio e ainda não conseguimos arrancar-lhe mais que uma ou duas palavras.

Aliás, só descobrimos que ele falava há pouco tempo (sou mazinha, sou).
Como adoro que as pessoas se sintam integradas, às vezes exagero um pouco na converseta, mas é com boas intenções, sem serem daquelas do demónio.
Acontece que, como o rapaz tem um bocadinho de problemas na socialização com o sexo oposto, pareceu-me que, quando se ia embora, nos rosnava.
Comentei com a minha colega Cebolinha, e decidimos averiguar o que ele dizia todos os finais de tarde.
1ª impressão - "Hohorr" (rosnado)
2ª impressão - o próprio nome dele, que não é Pablo, obviamente, e que se parecia com o que ele balbuciava.
3ª impressão - Arroz.

E para mim, ficou Arroz. Mais tarde a Cebolinha lá lhe perguntou directamente o que ele dizia e descobrimos que era "Ahor", que significa "Adeus" em basco.
Como estava à espera de uma coisa muito mais interessante, não resisto e todas as tardes me despeço com um simpático "Arroz, Pablo"!

Hoje, quando o fui chamar para vir tomar chá connosco à cozinha, disse:
- Pablo, o arroz está pronto. Quer dizer, o chá!

Não foi intencional, mas teve a sua piada. Glorifique-nos Deus por ainda conseguirmos refrescar-nos de alegria no meio de tanto azeite Gallo dos infernos!...


Descobri que o Dia da Mãe é no Domingo e não vi enfeites no colégio* do Diogo até agora. 'Tá mal. No Dia do Pai até a contagem decrescente tinham colada na porta. Tipo "Faltam X dias!!".
E no tal dia, o pai teve direito a várias prendas, um lanchinho oferecido por eles, enfim, só faltava um cortejo com pin-ups a acenarem de cima dos carros alegóricos enquanto eles eram coroados de flores e lhes massajavam os pés com azeite (Cebolinha, esta é para ti).
Cá para mim cheira-me a surpresa. Espero bem que seja isso, caso contrário vão ganhar um passaporte directo para o 1º lugar da minha lista negra, que estava a ser ocupado temporariamente por uma gaja da Oriflame, que nem chegou a aquecer o lugar (conto esta história mais tarde, vale a pena).
Por falar no Dia da Mãe, finalmente há um grupo português no Facebook com algum propósito de jeito, que não sirva unicamente para nos definirmos como seres pensantes, pertencendo a uma das massas ou rebanhos originalíssimos tipo "Eu acordo com o despertador do telemóvel", "Eu gosto da lasanha do Lidl", "A Inês que vá a pé" ou, ainda mais original "Grupo de pessoas que facilmente atraem malucos".
Confesso que pertenço a todos, menos ao da lasanha, porque prefiro a do Marco Bellini.
Pois este grupo chama-se "O Maior Poema do Mundo para a Minha Mãe". E vocês sabem como sou sensível relativamente a mães. Portanto, dei o meu contributo desta forma:

Porque um dia gostava de ser como tu. Porque me dás o teu carinho de graça, porque as tuas gargalhadas são únicas, porque secaste lágrimas no meu rosto, vezes mil. Porque serás sempre vida, chama, porque o teu colo é doce e as tuas mãos são suaves, mãe Margarida! Porque o teu amor é puro, comovente e incondicional. Apesar da distância de tantos e tantos anos, eu amo-te mãezinha, sempre da mesma forma, e cada vez mais. Orgulho-me todos os dias de te ter como mãe, espero conseguir ser para o teu netinho uma mãe com tanta coragem como tu. És minha.

Mas o que mais me comoveu foi a maneira como as pessoas aderiram a isto, não só colocando o seu contributo para o maior poema do mundo dedicado à nossa Mãe, como também comentando e "gostando" dos poemas uns dos outros. Gerou-se uma solidariedade positiva, um entendimento e uma aproximação, principalmente para aqueles cuja mãe já não se encontra entre nós, e que colocam muitas vezes a expressão "Eterna Saudade". Não posso deixar de me sentir próxima deles e de dar graças pela minha sorte, porque a vida permitiu que eu perdesse uma Mãe mas redescobrisse outra, que esteve sempre lá mesmo quando eu não quis ver.


* acho que o correcto é "creche" ou "infantário", mas gosto tanto de escrever "colégio"! Sei lá, sinto-me importante e realizada, como que a atirar pétalas de rosa pela janela entreaberta de um BMW bonitinho, enquanto brado ao mundo "- O meu filho está num COLÉGIO". Mas não é. É infantário. E pago um balúrdio, metade do meu ordenado vai direitinho para o bolso deles. Mas é privado, portanto devia pertencer à categoria de colégios e afins, só para meu deleite pessoal.

Obrigada Senhor!!!! Aleluia!!!

Finalmente o medicamento fez efeito. Até agora, já contámos 3 noites de progresso.

Esta noite foi a cereja no topo do bolo - Toda a noite na caminha dele, e só acordou 4 vezes porque não encontrava a chucha-dos-infernos.

E... faltam 3 dias para as férias. Serra, verdinho, praias fluviais (se o tempo o permitir) e comer sem sentimentos de culpa, pois as merecidas férias justificam qualquer desmazelo/percalço/desastre (riscar o que não interessa) calórico.
Descanso não acredito, porque o Mi vai decretar anarquia total e eu vou deixar, ao menos faz as férias à maneira dele.
Desta vez vamos visitar a Quinta da Paiva , onde contamos andar de cavalinho, ver os bicharocos todos e ir comer o belo do bacalhau com broa ao Restaurante Museu da Chanfana, e terminar em beleza com a sobremesa de queijinho com mel. De papo para o ar, como se quer.

No Domingo passado o meu avozinho Fernando fez 66 gloriosas Primaveras, e o que mais gostei de ver foi a incrível recuperação dele. Ninguém diria que esteve 3 meses internado no hospital o ano passado e que as coisas estiveram bem complicadas.

A festinha foi em casa dos meus tios e o convívio foi do melhor que há.
Como hoje estamos numa de falar em comidinha, deixo aqui algumas iguarias da festa que fizeram as delícias de todos (eu tenho uma avó e uma tia muito boas cozinheiras, tomem lá):

  • Delícia a-la-Tânia (pão saloio sem miolo recheado de um paté maravilhoso que, entre outras coisas, tinha maionese, linguiça, coentros...)
  • Mini-folhadinhos de salsicha, da minha autoria
  • Caipirinhas a-la-Nuno (o gordinho faz cá umas caipirinhas...)
  • Carninha assada de chorar por mais
  • Rancho, feito pela minha avó, e que foi muito elogiado
  • Uma mousse gourmet assim... fantástica
  • Cheesecake de morango, cortesia da minha avó - estava tão bom que até me vêm as lágrimas aos olhos, tal a saudade
  • Bolo de anos de ananás e chantilli, fofo como tudo.
Posto isto, escusado será dizer que comi sem me preocupar muito com as proporções que o meu rabo/barriga/pernão pudessem atingir.
Com a semana a prometer calor abrasador, hora de tirar a roupinha de Verão e arrecadar a de Inverno. E eu sem ferro para passar (o meu avariou... snif)
O que me valeu foi que o solícito ferro da Carla andou lá por casa 15 dias, e mesmo assim não consegui passar tudo o que queria. Esta semana vou ter um ferro novo!



Muito resumidamente, esta noite foi para esquecer.
O medicamento teve o efeito contrário no Mi (já me tinham avisado), e foi insónia com ele pela noite dentro. Com tanta "troca de turno" com o Maridão, ao longo da (longaaa) noite, dei por mim a babar-me no sofá às 5 da manhã. Aterrei aí mesmo das 4:00 às 5:00. Nada mau, uma horinha de sono seguida. Acordei entorpecida e desanimada.

Toca de telefonar ao pediatra, mas só logo à tarde porque a esta hora ainda deve estar a gozar de um sono reparador e maravilhoso (como aquele que eu não tenho).
Acho que estou a ficar com invejite malucococus às pessoas que dormem mais de 4 horas por noite.
E não é bom, porque isso significa que tenho apenas uma minúscula minoria de gentinha que sofre do mesmo mal que eu para me compreender (isto é, ninguém que eu conheça).
Já me estou a ver, daqui a uns tempos a ter uma conversa com a minha melhor amiga:

Eu - Então queridinha, o que fazes?

Carla - Ai amoooor, que me acordaste...

Eu - O quêêêê??! São 11 da manhã!...

Carla - Pois. É cedíssimo. Deitei-me às 11 da noite, mas ainda estou com sono, queres o quê?
Eu - Traidora! Insensível! A nossa amizade acaba aqui! E... e... vai dormir! Vai, vai lá, a ver se eu me ralo! Pensas que me chateio com isso?? Dorme, dorme mais! Dorme como se não houvesse amanhã! Ressona, saliva-te, pá! Pensas que me afectas com isso????


Ou seja, se continuo assim vão acabar por internar-me. Não é que não precise, mas pensava gozar um pouco mais os escassos anos da minha mísera existência.

Lá arrastei o rabo gordo para o metro de manhã, e ainda bem que fui mais cedo, porque só acordei no Marquês de Pombal. Recambiei-me para Picoas e só à saída é que me lembrei que não valia a pena porque ambas as estações estão à mesma distância a pé do meu trabalho. Portanto, andei a passear na linha do metro.
Ah! E outra. Peço um café no sítio do costume, à simpática menina que todas as manhãs contempla a beleza selvagem das minhas olheiras escondidas (mas pouco) atrás de 885 espessos centímetros de base. O Maridão costuma beber lá também, mas hoje não foi.

Eu - Bom Dia! Então hoje é só um.

Menina - Um cafezinho?

Eu (de nariz enfiado no jornal) - Não não...

Menina - Então vai ser...?

Eu - É um, só um, que hoje ele não vem.

Menina (com uma infinita e sorridente paciência) - Ah, então é mesmo um cafezinho que quer!

Eu (aparvalhada) - Sim, é isso, é isso! Desculpe lá... (enterro novamente o nariz no jornal, desta vez de vergonha)


Não dormir faz mesmo mal à cabeça.

Sinto-me arrebatada.

Tudo corria bem na minha doce noitinha, e eis que - oh destino cruel! - ele acorda com febre. Esqueci-me do pormenor da reacção à vacina que levou ontem. E essa treta é que estragou tudo (quero acreditar que foi isso, please).

00:00 - Mi acorda febril. 'Bora lá um ben_u_ron no bumbum. Adeus, efeito do medicamento... a nossa relação foi boa enquanto durou...
00:10 - "Unhááááááá." (não tenho sono)
01:30 - "A Uáua!" (quero água). Maridão vai buscar água.
02:00 - "Unhááááááá!!!". (já não tenho febre, mas continuo a não ter sono)
02:50 - "A mamã. A papá. A-qui. Unháá." (quero ir para a vossa cama ou para o colo do primeiro que estiver disponível, porque não sou esquisito)
03:30 - Alamba-te lá na nossa cama... queremos dormir.
03:40 - "Unhááááááá." vezes mil (esta cama é pequena demais para mim - cheguem-se para lá.)
04:30 - Maridão cai da cama e profere alguns impropérios entre-dentes. Parece que de algum modo a culpa foi minha, apesar de estar no extremo oposto da cama, sossegadinha da vida.
06:45 - "Cacacaca qui qui qui meu papaie" (levantem-me esse rabo que eu tenho fome. Estou pronto para começar o dia!)

Vou queixar-me à Segurança Social.

A maioria de Vossas Excelências sabe que sou uma desgraçadinha que não sabe o que é dormir há quase dois anos.

Acontece que hoje, finalmente hoje, o Pediatra do Mi achou que já não era normal (thank you, thank you!) e receitou-lhe uma coisinha leve. E fantástico - só demorou 20 meses! - umas míseras 14544 horas, das quais 'praí 14500 foram passadas sem dormir. Eu tenho o Pediatra mais sensível do mundo. Podem chover os papelinhos.

Oh, a felicidade, o júbilo de ter a receita na mão, qual preciosidade divina! O Maridão dispôs-se a ir imediatamente à farmácia, e pareceu-me pelo espelho retrovisor que ía tão depressa como se o perseguissem.
Lá vai a banhoca, o jantarinho, a brincadeira e essa treta toda, até ao esperado momento da colher milagrosa que despeja o néctar do sono pela goelinha insone abaixo.
O ambiente era de expectativa contida.

21:00 - Hora de ir para a caminha. Adormece à primeira, nada mau.
21:30 - Dançamos de alegria e agradecemos a todos os deuses que conhecemos.
21:45 - Ele choraminga. "Mau augúrio" penso, enquanto arranco alguns cabelos.
21:55 - Volta a adormecer sem grande alarde. Incredulidade nas nossas fuças. Maridão e Pegadas arrumam a cozinha. 
22:15 - Pegadas está tão feliz que muda o template do Blog e estraga tudo. Volta a arranjar.
22:20 - Maridão devora alguma goluseima e balbucia, saudoso, acerca do gelado de caramelo escondido no congelador. Que levante o rabo e vá buscar, que a menina está ocupada. 
22:30 - Maridão ressona no sofá ao som baixinho de um programa ranhoso do Zone Reality. Pegadas escreve no Blog.

Vamos ver como corre a noite. Até agora, nada mau. Mas nada mau mesmo.

22:59 - Maridão mexe-se no sofá e resmunga qualquer coisa situada entre o estado Zen em que se encontra e o facto de o Mi ainda estar a dormir (!!).

Vá lá amoreeees, façam figas!!

Vou assaltar o gelado de caramelo. Pronto.




Posso SÓ acreditar?
Sem me assaltarem vozes de todos os lados, gritando-me para que vacile, exigindo-me que tenha dúvidas? Devo intervir? Pensar nisso? Para quê? Não me podem deixar no meu minuto de ébria e feliz ignorância e credulidade? Desgraçados, por me acicatarem! Mas eu sei, eu sei!...